quarta-feira, 21 de maio de 2014

Contradições de base partidária

Domingo é dia de mais uma eleição, desta vez para o Parlamento Europeu. Não me apetece referir qual a importância de tais eleições, mesmo sabendo que as pessoas não lhes dão valor, apesar de importantes. Mas desde que as pessoas não dão importância à própria felicidade que já nada me admira e a abstenção é um bom exemplo.
Mas não é isso que quero abordar. Sinto que pior do que se abster é o facto de participar quando se está contra. E não falo das pessoas que votam. Falo antes de partidos. Ora vejamos, a matriz de alguns partidos dos que irão aparecer nos boletins de voto este domingo, apresentam na sua matriz ideiais, que podemos achar correctos ou não mas isso neste caso não é relevante, que manifestam concordância ou discordância com o projecto europeu. A meu ver, partidos que estão contra a integração europeia não devia sequer pensar concorrer. Deviam antes apelar para o voto em branco. Porquê, perguntam-me agora. No meu entender, quando se é contra algo, não se alista em tal coisa, salvo se obrigado ou se pagarem bem para tal. Ora se há partidos que estão contra a existência de políticas europeias comuns, integração europeia, união económica e monetária, entre outros projectos, o aparecimento dos mesmos nestas eleições com listas, num país livre como o nosso apenas aponta para a segunda situação. Ou seja, o tacho, mesmo que se seja contra, impede a que se resista. Até se pode estar contra aumentos de ordenado de deputado europeu ou contra aumentos das benesses do mesmo, mas já que foi aprovado, venham eles e quanto mais, melhor. Isto parece-me hipocrisia, quem não achar isso que mo diga.
Contudo, vamos votar, porque não votar é não escolher, é ilegitimar o direito à exigencia e à revolta, o direito aos direitos. Para podermos ter direitos, devemos exercer os nossos deveres.

Mas lá está, isto sou eu que não percebo nada disto.

sexta-feira, 11 de abril de 2014

O timing

Duvido que este seja o timing perfeito para escrever, mas quero lá saber.
Ora o que me traz por cá é o do costume, ou seja, escrever aquilo que eu acho que seja, mas que, pela hipotética falta de credibilidade da minha linha de pensamento, é passível de ser interpretado como algo incompreensível ou hilário. Seja como for, eu gosto da alegria, logo, se for para rir, prefiro.
Sempre pensei de forma independente relativamente a questões políticas. Assim tem sido e espero continuar. Isso não me impede de concordar com opiniões, sejam elas provenientes de quem for. Feito este ponto prévio posso então tecer o que me aprouver sobre estas questões, sem que seja acusado de alinhamentos com este ou com aquele. E aquilo que eu acho, meus amigos, é que o nosso problema está em apoiar sempre os partidos como se fossem parte da solução. Está claro como água (da chuva, pois a da maior parte dos rios é turva) que os partidos têm sido parte do problema e não há horizonte à vista, luz ao fundo do túnel enquanto assim for. Serão eles os únicos agentes causadores do desastre que vivemos? Vivemos num desastre? Vivemos sequer? Respostas: Não; Nem por isso, dependendo das pessoas; Acho que sim. É preciso entender o que nos trouxe até aqui, coisa que acho que não dá para fazer cá pois já há livros para isso. Se lerem algum desses livros (que seja relativamente isento) irão perceber que o povo português é um povo tão especial que possui características tais que fazem com que um plano de sucesso aplicado cá possa dar em fracasso e que um plano sem pés nem cabeça possa dar em sucesso. Será que isso é exclusividade portuguesa? Não faço ideia, mas enquanto português, interessa-me mais Portugal do que qualquer outro país, isto apesar de eu não ser extremista. De facto a minha ideologia política não se enquadra em nenhum dos partidos com assento parlamentar actualmente. Tenho sérias dúvidas se haverá algum partido que "pense" como eu. Como eu, acho até que ninguém. Lá está! Sou português. Mas vejamos. Será que sou o único a quem nenhum partido faça o pleno de satisfação? Haverá algum partido que tenha ideais que premeiem o mérito e a competência e ao mesmo tempo sejam partidários pela acção social, educação e saúde? É dessa forma que eu acho que se devia pautar o exercício do poder, mas toda a gente sabe (ou devia saber) que há muitos cargos não políticos que obedecem a uma agenda política. Eu posso compreender que, numa empresa, se escolha preferencialmente aquele que se conheça ou que tenha qualquer vínculo não laboral com algum colaborador, pois isso pode facilitar a integração. Mas depois disso, na maior parte das empresas, o mérito tem de vir ao de cima, pois sem isso a empresa vai ao fundo. Em empresas públicas, como é "de todos", aproveita-se para esquecer a responsabilidade porque no fim até se recebe uma compensação pelos anos difíceis que se passaram à frente dessa empresa. Se calhar o problema está em haver empresas públicas. Eu acho que algumas têm razão de ser, mas não sou o dono da verdade, por isso cada um pensa com quer e no fim vêem-se os frutos. Eu sempre achei que qualquer ideologia política, desde que aplicada a 100%, daria para funcionar. Vejamos, o comunismo tal como defendido por Karl Marx traria igualdade para todos, deixaria de haver ricos e pobres, as coisas seriam feitas em comunidade com igual peso de esforços e por aí adiante (ver ideais do comunismo, se fazem favor) e eu achava que isso seria muito interessante. A justiça plena no mundo. No fundo, os ideiais cristãos levados ao extremo. Ideias critãos??? Está louco o tipo! Não, não! Ideiais cristãos sim! Apenas a dita idade média veio criar este fosso entre "direita" e "esquerda" (ainda sem haver diraita e esquerda, pois estas surgiram com a revolução francesa), período tal que fez com que a igreja católica manipulasse (na altura) aquilo que o cristianismo defendia: a igualdade, liberdade e fraternidade (onde é que eu já ouvi/vi isto?). Percebo agora que o extremismo também funcionaria, mas seria justo? Exemplos: a idade de eutanásia obrigatória ser aos 65 anos ou tão somente a existência desta; Portugal adoptar um regime fechado a imigrantes, bens de origem estrangeira, etc., contrariamente ao acordado em Schengen. No meu entender, nenhuma das correntes seria justa e faria com que a vida não fosse tão feliz como se quer e merece desde que se nasce. É principalmente por isto que me preocupam as decisões políticas. Não é para fazer brilharete à frente dos outros, nem porque me dá gozo a política. É simplesmente porque ambiciono a felicidade e quanto mais ela for "universal e tendencialmente gratuíta", melhor.

Lá está! Isto sou eu que não percebo nada disto... (tem dias...)

sábado, 10 de agosto de 2013

Empreender rima com compreender

Em vez de estares aí sentado devias fazer isto e aquilo, ouve-se muito dizer. Na verdade muitas das vezes quem nos diz estas coisas também não é exemplo nenhum pois na sua vida quotidiana não se vê qualquer actividade que se possa dizer de si relevante para esta ou aquela situação que de facto se quer que se mude. Tudo bem que para mudar uma situação é necessário levantar o rabo da cadeira e não ficar à espera que as coisas venham ter connosco, tirando aquelas coisas em que não é necessário levantar o rabo para fazer alguma coisa, mas também é verdade que agir sem ter planos bem definidos para se fazer melhor é pior muitas das vezes. "Mais valia estares quieto que ganhavas o mesmo..." e " Está quieto que já fazes muito" são por vezes as melhores opções e sabe-se bem que o saber popular muitas das vezes está certo. Para se conseguir algo é preciso planos, mas também é necessário recursos, recursos estes que, muitas das vezes, não são assim tão facilmente acessíveis. Assim, há génios que nunca vão a lado nenhum nos seus planos geniais, (juro que não é ironia, infelizmente) e tudo isto porque lhes faltam os recursos para porem em prática os seus planos maravilhosos. Há ainda outro factor que faz com que não se consigam os resultados desejados, mesmo tendo bons projectos e recursos, que é a oportunidade. Falo da oportunidade relacionada com o tempo exacto para pôr em prática o que se planeou. Um exemplo muito prático deste factor, como podia ser outro exemplo qualquer, pode ser dado pela altura em que se vai à praia. Pode-se muito bem ir fazer praia com chuva e não vejo mal nenhum nisso, mas o mais provável é não se obter o bronze desejado (não confundir com o metal). Fazem-se os planos, gastam-se os recursos, mas não se obtém o pretendido. Ora a meu ver, sem algum destes factores acima referidos, não se consegue nada. E isto é em tudo! Até nas coisas mais impensáveis. Eu não queria que ninguém pensasse nisto quando fosse ao WC, mas se tiver de ser, paciência. Tive uma ideia, um recurso, uma oportunidade, mas o público-alvo (factor independente, mas também importante) não usou da forma correcta o concretizado. Mas espero que consiga concretizar...

Lá está! Isto sou eu que não percebo nada disto...

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Retoma

Já que a economia portuguesa não retoma e como eu sou do contra, retomo eu a escrita. Estava eu a observar as visualizações dos blogues e notei decepção no pessoal que pesquisa por Futebol Clube de Arouca e está sempre a ver a mesma coisa no blogue não oficial. Como uma desgraça nunca vem só, opto por reactivar os quatro blogues e oferecer aos visitantes tudo aquilo a que eles não têm direito, só que, por força do hábito, eu tenho dado. Maldita a hora, dirão. Mas eu quero lá saber. Isto é terapêutico. É melhor do que agredir pessoas e pode ser que um dia ainda tenha equivalência a algum curso só por escrever blogues. Sim, porque eu também já fiz parte da direcção de uma associação de um rancho. Qualquer dia ainda ouvirão falar do senhor doutor engenheiro Liano driMi.

Lá está! Isto sou eu que não percebo nada disto...

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Natureza

Encontro-me agora em boa companhia, ou recordo-me desse momento, a ver o céu azul e as árvores verdes

Férias ou impossibilidade mesmo

As minhas opiniões também merecem férias, mas não é por isso que as coisas a dizer não têm sido ditas. O amadurecimento da vida neste mês passado é que me limitou a não dizer o que penso. Vontade não falta, mas acontece não ter possibilidade de o partilhar por não se ter meios disponíveis na altura em que estes estão a ocupar a mente. Trabalha-se nove horas e dorme-se sete. As restantes oito são para: viajar de e até casa, logo menos meia hora; comer, menos duas horas; namorar, menos quatro horas; cuidar da higiene, menos meia hora. Sobra apenas uma hora para executar as necessidades, olhar para o balão e, claro, vir postar algo. Se me equivoquei nos cálculos e só agora repararam apenas porque eu disse, lamento, mas não padecem de sobre-dotação mental. É triste, mas acontece. Se acontece aos melhores, não há-de acontecer aos piores, pergunto-me. Por isso é que a impossibilidade mesmo é algo que está um nível acima e que a um ser comum é imperceptível. Eu sei que este post vai parecer muito estranho, insano até, mas eu tinha de escrever e escrever sobre coisas à deriva também é interessante. Pelo menos faz mexer os dedos. Ao menos isso.

Lá está! Isto sou eu que não percebo nada disto...


domingo, 17 de julho de 2011

O tempo

"Amanhã estará bom tempo". Quem disse que o meu bom tempo corresponde na sua totalidade ao bom tempo da pessoa que diz isso? Eu até posso gostar de chuva e aí o meu bom tempo ser aguaceiros em Portugal continental e nas ilhas. Tudo se torna subjectivo quando sabemos que nenhum cérebro no mundo pensa exactamente igual a outro. Mas não é do tempo da meteorologia que eu queria falar. É antes do tempo que mede os segundos, os minutos, as horas, os dias, as semanas, os meses, os anos, as décadas, os séculos, os milénios. Esse é tão escasso que nem que seja bem aproveitado, tal como os mentores e os admiradores do "Carpe Diem" idolatram, chega. O mais estranho é que por vezes sentimos que o tempo não passa, mas o que é certo é que quando analisamos o tempo decorrido vemos que as alterações foram tantas que nem deu para saboreá-las. Às vezes penso também em todos os locais, em todas as imagens, em todas as músicas, em todo o tipo de coisas com uma determinada quantidade de espécimes e vejo que toda a vida não é suficiente para adquirir todas as experiências possíveis e imaginárias de adquirir. Vê-se mais em coisas que levam tempo como são exemplo as músicas e os filmes. Quantas músicas existem ao todo? Quantas virão a existir? Quantos filmes foram lançados? Quantos estão a ser planeados? Quantos ainda nem foram pensados? Ora um filme ou uma música localizam-se num intervalo de tempo. Uma música pode conter em média três minutos de sons agradáveis ou não. Um filme pode chegar à hora e vinte ou até há os que têm três horas e meia de duração. Olhando a isto, torna-se impossível ver todos os filmes que existem ou ouvir todas as músicas do mundo. E há até músicas que se ouvem vezes sem conta e os filmes que não paramos de repetir por nos deixarem emocionados ou por nos despoletarem a adrenalina que nos faria correr o mundo caso fossemos nós que estivéssemos na tela ou até porque contém aquelas imagens repugnantes ou ainda porque são agradáveis à vista por abordarem certos aspectos que a vida contém e que são deveras apreciáveis até para quem ainda não experimentou. Assim sendo, a odisseia de correr contra o tempo nunca é ganha e nem um segundo de tempo é possível de ser aproveitado como bem nos apetece, porque temos sempre algo que nos manda fazer esta ou aquela coisa, nem que esse chefe seja o nosso próprio coração que, como se sabe, não tem sentimentos, apesar de os associarmos a ele.

Lá está! Isto sou eu que não percebo nada disto... sem muito tempo para mais.

sábado, 4 de junho de 2011

Mais do mesmo

Amanhã, mais do mesmo. Estaremos perante novas eleições para a Assembleia da República e, acreditem ou não, não iremos escolher o primeiro ministro de Portugal nem sequer o governo do mesmo. Nunca foi assim e não ia ser agora, que não houve nenhuma alteração ao sistema eleitoral, que isso iria mudar. Trata-se portanto de eleger os deputados que irão representar cada uma das pessoas do país, mas cada cidadão só pode eleger no distrito ao qual o seu círculo eleitoral pertence. Está cada eleitor assim vedado a apenas uns quantos indivíduos que pode conhecer ou até não, sendo esta última hipótese um pouco lamentável, não por culpa de quem deve escolher, mas antes por lacuna do que precisa do tão carecido voto.
Ainda atónitos do que falei acima e sem terem apanhado nenhuma das palavras seguintes, eu explico teoricamente, pois na prática não posso fazê-lo caso me apeteça exemplificar concretamente as situações. Ora, imaginemos que um partido, a nível nacional, obtém uma maioria clara segundo a qual não seria preciso fazer aliança pós-eleitoral alguma, mas que em determinado distrito, no qual o seu "cabeça de lista" e dirigente do partido (não necessariamente) se candidata, não consegue eleger um único deputado. Esse tal candidato não pode pertencer à Assembleia da República e, por conseguinte, não tem legitimidade para pertencer ao futuro governo, muito menos para ser o primeiro ministro. Isto porque apenas se elegem os deputados. O partido ou partidos que têm maior representação parlamentar é que depois irão formar um governo (não tão linearmente, mas nesta linha) e depois disto é que esse governo toma assento parlamentar, tal como o presidente da Assembleia e respectivos secretários.
Posto isto, amanhã cada um saiba que estará a votar para eleger 216 pessoas e não 15 ou 20, fazendo isto alguma diferença.

Lá está! Isto sou eu que não percebo nada disto...

sábado, 28 de maio de 2011

Memorando

Vamos la de esclarecer isto!Afinal o que quer dizer o "Está lá em cima...".Quer dizer única e simplesmente uma coisa:o tipo, a pessoa, esse "ente querido" está vivo!(Parece que agora é que o pessoal ficou com um nó na cabeça)O que isto quer dizer é que essa pessoa, apesar de ter falecido, que por acaso é o contrário de desfalecido e, como sabem, desfalecer é enfraquecer, perder as forças, esmorecer, por outro lado falecer deve ser ganhar vida, forças e por aí adiante, ela está viva na memória das pessoas e isso é que é o ressuscitar dos mortos como Ele disse:"Destruirei este templo e o reconstruirei em três dias". O que Ele quis dizer com isto? Vai deitar abaixo um templo que é uma obra grande e que demora tempo a reconstruir e Ele fá-lo em três dias?Não. O que Ele quis dizer foi que, e aí é que se vê quem é o rei, passados três dias(número simbólico que significa perfeição) todos se recordariam d 'Ele, depois de morrer.E de facto isso tornou-se realidade!Mas voltando ao assunto do Paulo, o "cima" quer apenas dizer lembrança, memória e "a sorrir" significa que a pessoa só se recorda dos momentos em que essa pessoa esteve lá, esteve bem, esteve feliz,e, por isso, a sorrir.Quanto ao Céu e ao Inferno, podia estar a entrar aqui noutra temática que era digna de outro tópico, mas posso explica-lo resumidamente.As pessoas têm boas acções e isso reflecte-se no que os outros, no futuro, irão pensar delas e é aí que entra a noção de Céu ou de Inferno.Isto só era necessário ao escrever a bíblia ou outros livros da mesma índole literária, desde que dirigidos aos judeus, israelitas(o.m.q.) ou semitas, porque estes apenas compreendem as coisas por símbolos, mas compreendem-nas, ao contrário dos medievais que, para atraírem as pessoas para a igreja lhes metiam medo dizendo essas barbaridades.Agora os tempos são outros e as pessoas já não deveriam sentir essa necessidade de acreditar em Céu e Inferno e simplesmente viver a vida de forma a não prejudicar os outros e, com isso, serem felizes!

Por Liano driMi in http://grupinh0.blog.com/

Lá está! Isto sou eu que não percebo nada disto...

terça-feira, 19 de abril de 2011

Ambição

Quero, posso e mando, tem sido o mote de muito boa gente como forma de obter louros mesmo que sem qualquer mérito. Esta trilogia, tal como em tudo na vida, bom, quase tudo, para ser bem aceite, tem de ser vivida moderadamente, pois caso não o seja, corre-se o risco de se ter problemas, sejam eles físicos ou psicológicos. A ambição desregrada de diversos dirigentes ao longo da história levou a que estes ficassem inscritos no lado sombrio da mesma e não partilhassem da chamada vida eterna que outras pessoas de melhor memória obtiveram. Eles de certa forma também prolongaram as suas vidas e até influenciam atitudes de pessoas mal intencionadas, mas os exemplos que devem ser seguidos em nada estão relacionados com os parâmetros adoptados em vida por esta elite de malfeitores.
Uma boa forma de se escapar ao destino malfadado da má memória é viver a sua vida em paz e harmonia com os outros não querendo para si mais do que aquilo que se possa ter. Tentar evitar os confrontos, que são, por mais pequenos que sejam, os geradores das principais discórdias de cada sociedade. Caso tenham de ocorrer estes confrontos, que sejam realizados com base no diálogo e na negociação e não por imposição da força. Querer mais do que se tem direito é uma forma ilegítima de criar conflitos e por sua vez confrontos. Por vezes tem de se ceder numas coisas para poder ganhar outras. Convém que se ceda nas coisas sem importância e se ganhe as mais importantes para gáudio próprio. Caso contrário, acontecerá um sentimento depreciativo quando se se aperceber que se perdeu aquilo que nos faz mais felizes e pelo qual se devia ter lutado. Por mais valiosa que uma coisa seja, não pode ser trocada seja por que pessoa for. As pessoas não têm preço, apesar de a maioria poder ser comprada...

Lá está! Isto sou eu que não percebo nada disto...

sábado, 9 de abril de 2011

Mudanças

Diz-se que está tudo igual para não se ter de descrever todas as alterações que decorreram entretanto a alguém que passa por nós na rua e pergunta: "Olá, tudo bem? Novidades?". É uma maneira fácil de fugir dos problemas, esta. Quer dizer, se é que se tem problemas. Mas se por um lado algumas coisas estão bem, outras estão mal e outras não estão ou estão por definir. Vejamos. Uma pessoa pode ter uma boa situação financeira e não ter o melhor desempenho emocional e nem sequer saber o que quer para si afectivamente. O contrário também. Pode-se até afirmar que há dois principais focos de bem-estar, o profissional e o emocional. Quanto ao profissional, no mundo actual, o geral é querer-se estar na profissão que se deseja sendo bem remunerado e tendo tudo aquilo a que se julga ter direito por se ter nascido em determinado tipo de cultura. A nível emocional quer-se obter tudo o que a pessoa a quem se ama nos pode dar. Aqui o objectivo comum dos dois níveis é obter o máximo de bom e o mau que fique para os outros, pois nem quero saber. Apesar deste querer, desconheço com efeito alguém que obtenha ambos os pólos satisfeitos, por isso é que não quero saber de os satisfazer. Claro que nem me preocupa a falta de ambição. Quem quiser que morra ambicioso, porque eu não pretendo nada que não possa ter. A vida é mais do que coisas ou devia ser.
O que mudou? Nem sempre corresponde ao que devia mudar. Mas como já tinha praticamente acertado em concertação social com uma ou duas pessoas, as pessoas não mudam. Negociações cautelosas fizeram chegar a esta conclusão. Isto será tão mais válido quanto mais tempo se tomar em conta. A partir da idade consciente de cada pessoa, os objectivos desta passam por certas coisas e por obter outras coisas e ainda por largar umas mais de forma a chegar ao fim da linha com o futuro que se pretendeu.
A previsibilidade do pretendido torna uma vida dita normal em algo fútil. Quer-se uma casa, uma família, amigos estabilidade financeira e fica por aqui. Vem o caos e o que mais valia era ir mesmo tudo por água abaixo, pois não se saberá o que fazer quando se tem o que se pretendeu e por motivos alheios isso desaparece. Que fraqueza tremenda estar dependente do bem-estar e da monotonia diária.

Lá está! Isto sou eu que não percebo nada disto...

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Relatividade e aparência

Na cidade a vida é uma correria. As pessoas correm, têm pressa, stressam. Não percebem que, na sua correria, perdem muito daquilo que poderiam ganhar se fossem pacientes, diria até mesmo expectantes. Há sentimentos, cores, sabores, cheiros que não podem ser captados por quem passa a vida no frenesim rotineiro da sua vida. Acordar tarde, acordar muito cedo, não cumprir horários, almoçar ora ao meio-dia em ponto, ora à uma e meia, ora às três, trabalhar até mais tarde, sair mais cedo do trabalho, faltar, dar um sábado, não alternar, pois alternar é uma rotina, apesar de apresentar um ciclo mais amplo, ir de carro, ir a pé, ir de transportes públicos, não ir, tudo pode mudar uma vida não só pelo mais óbvio, como até pelo que passa despercebido à maior parte das pessoas, mas que ninguém pode dispensar. Isto é, os sentimentos. Mas lá está, as pessoas têm pressa. Têm pressa de ir para o túmulo. Depois olham para trás e vêm que afinal não fizeram o que queriam porque não tiveram tempo. Não falo das ambições impossíveis, falo sim de gestos e sentimentos que deixam de ser realizados e vividos. Há que saborear os momentos que valem a pena. Dos que não valem, é fugir a sete pés. O que não vale para mim pode valer para outro e essa é uma das coisas que é mais apreciável nesta vida. É maravilhoso saber que as bananas não vão deixar de ser comidas só porque eu não gosto. Que os meus amigos não vão ficar sozinhos só porque eu sou heterossexual. Ou até que vão ficar sozinhos, porque simplesmente querem e são felizes assim.
Na cidade as pessoas ligam demasiado às aparências. Repara-se se alguém está roto, se está mal vestido, se está nu, se cheira mal dos pés, das mãos, da cabeça, do sovaco, se tem pêlos onde eticamente não devia, se tem o cabelo curto, com um corte diferente, comprido até aos pés, ou só pelos ombros, se caminha direito, torto, se tem as duas pernas ou só uma ou até nenhuma, se é estudante, desempregado, tem um emprego duro, tem um emprego leve. Dá-se mais valor ao acessório do que ao essencial. Ninguém está preocupado se o indivíduo está doente, se é pobre, se tem frio, se tem fome, se precisa de ajuda, se é igual a toda a gente apesar da sua diferença, se está deprimido, se quer desaparecer do mapa. A política usada é a de justificar a situação dando definições arcaicas dentro do que é politicamente correcto. É o vagabundo, o ladrão, o indigente, o malandro, o coitado, o deficiente, o anti-social, o carrancudo, o trafulha. Esquece-se facilmente que os outros têm sentimentos e que não se está livre de se padecer posteriormente da mesmas maleitas. Dá-se aquilo que não se precisa. Não se confia, pois a confiança é algo que só funciona mutuamente. Se não se confia no outro, esse outro não confia em nós. Se se confia no outro e o outro confiar em nós, tudo bem. O medo das pessoas é confiar e isso não ser recíproco. Pode arcar com sérios problemas só porque confiou em quem não devia.
Na cidade... O problema é que a cidade nem sempre é uma cidade.

Lá está! Isto sou eu que não percebo nada disto...

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

A inteligência

Dada a frequência enorme de visitantes neste menosprezado blogue, fico muito à vontade para escrever o que bem me apetecer. Sei bem que certas palavras dariam para objectar este blogue nas procuras dos utilizadores de sites de busca, nomeadamente o gigante Google ou então a Yahoo!, isto só para citar os mais usuais, mas o meu objectivo já não passa por atrair a atenção de todos. Há quem faça esse post e obtém um número elevado de visitas. Não os critico, até porque a ideia é boa. Pode não ser moralmente aceitável, mas quem liga à moral hoje em dia? Já no meu tempo tinha-se aulas de Moral (EMRC) só para se participar nos passeios-convívio organizados todos os anos. As notas dessas aulas também não correspondiam aos objectivos alcançados (nenhum ou quase nenhum, a meu ver) e por isso é que não há interesse nenhum em respeitar a mesma moral, seja ela oriunda de crença religiosa ou não. O que faz com que exista moral é tão simplesmente a mesma coisa que faz com que os humanos sejam os seres mais especiais do planeta. Algo denominado inteligência. Pode muito bem achar-se que se é inteligente por usar o instinto para benefício próprio, mas é apenas quando há a partilha e a observância pelo ser inferior sem denegrir-lhe a imagem que a inteligência vale a pena. Óbvio que admitir que há seres inferiores é sinal de falta de altruísmo e por si só é um denegrir a imagem, mas julgar os outros também o é. Entro agora numa redundância de auto-culpabilização sem fim que me levaria mais uma vez a níveis depreciativos dentro dos quais a produção baixa e a inteligência se mostra reduzida.
A inteligência é algo que nasce com o indivíduo e não me digam que não é qualquer um que revela grandes níveis de inteligência, porque tal afirmação não é válida. A inteligência não é como um dedo ou uma pedra. Estes podem ser grandes, pequenos, com marcas, entre outras características diversas. A inteligência é como a linguagem informática binária. Ou é 0 ou é 1. Ou se tem ou não se tem. Diz-me agora alguém chocado: Errado! Um indivíduo pode ser muito inteligente ou pouco inteligente. Eu digo também, mas calmo: Errado! Isso foram simplificações. Um indivíduo ou é ou não é inteligente. Diz-se que é muito inteligente quando apresenta uma elevada capacidade memorial ou racional. Mas aí então os elefantes seriam muito inteligentes. E eu lamento muito desiludir alguém, mas os elefantes não são de todo inteligentes. A inteligência é mesmo própria dos humanos, quer queiram, quer não. E nem todos os humanos a possuem, infelizmente. O clique que cada humano tem para usar capacidades de forma regrada é que nos torna inteligentes. O instinto tem prendido muitos humanos, que em vez de reagirem com inteligência, preferem agradar-se momentaneamente, trazendo assim problemas de consciência a si mesmos.
Existem portanto dois caminhos. O primeiro faz o retorno à ignorância, apesar de trazer imensos prazeres imediatos. O segundo leva à felicidade plena e à perfeição. O mundo de hoje, em grande parte, segue pelo primeiro caminho. O mais grave é que pensam que o destino é o mesmo que o do segundo. Como todos estão enganados!...

Lá está! Isto sou eu que não percebo nada disto...